sábado, 25 de dezembro de 2021

O novo emprego de Slavoj Žižek na Casa Branca

 

O filosofo [Slavoj Žižek] assinou uma carta cobrando da França o boicote diplomático aos Jogos Olímpicos de Inverno na China. A carta é um festival de racismo, propaganda anticomunista (no pior estilo Guerra Fria), orientalismo, hipocrisia ocidental e liberalismo tosco. Žižek já tinha dado uma entrevista bizarra ao El País onde defendia a criação do Exército Comum Europeu, falava em chave neocolonial de uma suposta superioridade europeia, tecia considerações horríveis sobre a questão da imigração e fez comentários odiosos sobre a destruição da Líbia.

Agora Žižek cruzou definitivamente uma fronteira. Deixou de ser um intelectual com várias contribuições interessantes e alguns aportes ao pensamento crítico para se tornar um chauvinista europeu. Um sujeito com posições que Marine Le Pen e qualquer neofascista da Europa concordaria.

Žižek, criativo leitor de Hegel, Lacan, Marx e talvez a figura mais famosa no debate sobre ideologia dos últimos 30 anos, sabe que a cruzada anti-China dos Estados Unidos não tem relação nenhuma com direitos humanos, liberdade e democracia. Eu sei, você sabe e Žižek também quais são os objetivos da União Europeia e dos Estados Unidos.

O que está em jogo é óbvio demais para alguém como Žižek ser enganado pela retórica de Joe Biden. Não se trata de engano ou erro teórico. É uma escolha consciente de atuar como empregado da Casa Branca a partir da filial de Bruxelas. Žižek, junto com Giorgio Agamben, morreu como intelectual crítico e no lugar temos um cadáver putrefato de chauvinismo europeu.

Em 2022, no canal, vai ter vídeo sobre Slavoj Žižek e a agonia do marxismo ocidental!
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